O filhote ilê Ayó é entregue com a vermifugação e imunização adequada a sua idade, independentemente de quando é feita a separação, mas ela nunca será precoce. Asseguramos aos nossos filhotes um período mínimo de 81 dias de convívio intensivo com os pais (matriz e padreador) e irmãos de ninhada até o dia da entrega do filhote a você. Assim, propiciamos a todos os filhotes ilê Ayó um cuidadoso processo de treinamento e socialização junto à ninhada e aos humanos do canil, dando ao bebê a oportunidade de um saudável desenvolvimento emocional e de temperamento, além de um período de adaptação às novas exigências imunológicas do mundo.

Desde a primeira noite com você, é importante decidir sobre a conduta quanto a onde e como o filhote vai dormir. Há duas principais abordagens. A primeira delas foi muito famosa até os anos 1990 e início dos 2000. Nela, recomendava-se ensinar o desamparo, produzindo uma situação em que o filhote dormisse em um ambiente separado dos humanos da casa.

Sim, nós sabemos, essa recomendação é de partir o coração, mas ela pode ser importante para a adaptação do filhote às ocasiões de separação. Quando você sair para estudar e trabalhar, ele já terá experimentado a condição de ter ficado sozinho e sabe que você vai voltar para estar com ele depois.

Uma última ideia que gostaríamos de compartilhar com você sobre essa fase é sobre o choro de separação… O choro pode durar de alguns minutos até uma ou duas horas, mas ele tende a diminuir se os humanos forem capazes de tolerar e não tentar interferir muito no ambiente, uma vez decididos a fazerem a separação.

Há outras abordagens que recomendam o acolhimento inicial ao filhote e, aos poucos, quando a relação de confiança e de afeto com você estiver estabelecida, o filhote pode ser treinado aos poucos a ir tolerando a separação. Não há, portanto, nessa outra abordagem a necessidade de forçar imediatamente essa separação.

É importante considerar que até a ida para seu novo lar, esse filhote convivia com sua família intensamente e dormia aconchegado entre vários irmãos e irmãs de ninhada. Dormia confortável, acolhido e seguro pelo calor do irmão ao seu lado.

De toda forma, independentemente de qual abordagem você escolha, recomendamos calma para decidir qual é a forma que mais se adequa a você e à forma da sua família.

Se for seguir a recomendação mais antiga de separar inicialmente, é importante ter cuidado com algumas coisas. O ambiente deve ser suficientemente seguro para o filhote e pode ter itens que o ajudem a ficar bem, como um colchonete, um local com tapete higiênico ou papelão onde o filhote possa ir aprendendo a fazer suas necessidades, além de uma vasilha de água. Neste momento, a vasilha não deve ser funda demais para evitar risco de afogamento.

Vale lembrar que se trata de um filhote – e, nesse sentido, é muito importante também tomar cuidado com ambientes com piscinas a todo o tempo (acredite, o risco de afogamento é real e, devemos dizer, infelizmente, muito mais comum do que se pode imaginar).

Uma outra questão de segurança que é muito importante e às vezes esquecemos é com relação às fiações elétricas. Você não acreditaria se soubesse quantos filhotes roem fios e sofrem acidentes elétricos.

Porém, atenção, não é recomendável deixar o seu filhote sozinho e totalmente desassistido.

Cães são animais de estimação, de companhia, e não têm capacidade de sobreviver sem tutela – eles vieram sendo selecionados por séculos a fio e vieram se adaptando à dependência do convívio com os humanos. Eles já não estão mais em estado de natureza há alguns milênios, para falar a verdade. Algumas raças, inclusive, vieram sendo selecionadas por suas qualidades de lealdade, afetuosidade e dependência com relação aos seus tutores, dentre elas, o dálmata.

Uma amiga do canil, treinadora de cães, nos lembrou que cães domésticos (canis familiaris) não são lobos! E, ainda que o fossem, teriam sido treinados pelos mais velhos da alcateia para sobreviver.

Nossos filhotes passam por uma série de treinamentos e manejos iniciais para que a sua adaptação seja menos traumática quando saírem do canil para o novo lar; mas nenhum treinamento substitui a experiência real da separação. Por isso, recomendamos um cuidado especial nessa fase.

Uma outra abordagem é a mais adequada para aquelas pessoas que podem ter dificuldade de tolerar por muito tempo o choro do bebê e vão acabar interrompendo essa experiência e criando uma resistência no filhote porque eles vão aprendendo que, ao insistir no choro e intensificá-lo, o tutor sempre volta. Esse é um dos principais cenários a evitar.

Se você acha que vai ser difícil para você tolerar, temos uma ótima notícia! É possível adotar uma abordagem totalmente diferente na qual o filhote continue tendo acesso ao tutor e possa chorar e ser prontamente atendido. Esse método serve também para quem prefere ter os cãezinhos consigo durante a noite, em seu próprio quarto.

Para essa abordagem, pode ser útil montar a caminha ou colchonete para o filhote ao alcance da mão humana, de maneira que ele possa ser reconfortado quando chorar.

Observe que são abordagens completamente distintas e com efeitos também diversos para o treinamento e, principalmente, para o tipo de experiência emocional que você quer ter com seu cão e que tipo de emoções você quer que o filhote tenha com relação a você.

Para um melhor esclarecimento anterior à escolha, vale lembrar que a gestação dos cães dura somente entre 60 e 63 dias aproximadamente. Esse é o tempo total desde a fecundação até o parto do filhote. Comparados com o desenvolvimento humano, os filhotes caninos tiveram muito menos tempo para o desenvolvimento dentro do útero da mãe e, mesmo do lado de fora, o filhote ainda tem um cérebro muito delicado e muito novo, com muito pouco tempo para sua formação e desenvolvimento que, por sua vez, segue acontecendo quando ele já estiver morando com você.

Parte do desenvolvimento comportamental está relacionado a morder, arranhar, rasgar, cavar. Pode acreditar que nós bem sabemos como pode ser cansativo lidar com tanta vitalidade! Mas o que dizer?! É a forma como eles aprendem e gastam a energia…

Sabe de um segredo? Dálmatas são umas verdadeiras pestinhas durante a infância e a adolescência, o que vai até, pelo menos, dois anos de idade, mas apesar dos incontáveis livros roídos, roupas, sapatos e sofás rasgados, travesseiros depenados, eles ainda trazem uma alegria infinitamente mais preciosa do que qualquer desses objetos sem vida.

Uma última ideia que gostaríamos de compartilhar com você sobre essa fase é sobre o choro de separação… É de partir o coração, nós sabemos! O choro pode durar de alguns minutos até uma ou duas horas, mas ele tende a diminuir se os humanos forem capazes de tolerar e não tentar interferir muito no ambiente, uma vez decididos a fazerem a separação.

Mas é importante dizer (e é o último palpite neste tópico) que é mais que desejável dar bastante oportunidade de convívio para o filhote antes disso. Vale brincar com ele, deixá-lo acompanhado da sua presença para brincar, cheirar, explorar o ambiente, as pessoas, e é bom oferecer alguns brinquedos (caixas de papelão e garrafas pet são ótimas opções) para o filhote experimentar e se cansar, aprendendo desde cedo que ele é acolhido por sua nova família.

Depois disso, ele mesmo deve ficar mais cansado e, sentindo-se seguro e acolhido, começar a dormir…